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Concelho de Caminha tem quatro projetos nomeados às 7 Maravilhas da Cultura Popular

Concelho de Caminha tem quatro projetos nomeados às 7 Maravilhas da Cultura Popular
15 Maio 2020

O Concelho de Caminha conta com quatro projetos nomeados às 7 Maravilhas da Cultura Popular: a Romaria de São João d’Arga, a Festa de Nossa Senhora da Bonança, a Góta da Serra d’Arga e o Ramo de Andor, nas categorias de Procissões e Romarias, Festas e Feiras, Músicas e Danças e Artesanato. O objetivo é evidenciar a vivência e reconhecimento do património cultural material e imaterial e eleger o que de melhor Portugal tem, enfatizando as tradições, associadas a uma determinada região do país.

O concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular é um projeto de caráter privado e de interesse público que vem na sequência de outros lançados nos últimos anos e que conta com a parceria da Rádio Televisão Portuguesa - RTP. Neste concurso está em causa a valorização do património cultural material e imaterial, elevando a nossa Cultura Popular a um patamar de causa pública, em categorias tão diferentes como o artesanato, as lendas e mitos, as festas e feiras, músicas e danças, rituais e costumes, procissões e romarias e artefactos.

A Romaria de S. João d’Arga, apresentada a concurso pela Câmara Municipal, está enquadrada na categoria Procissões e Romarias e pretende valorizar não só o património imaterial associado às tradições, às manifestações de fé, à música e às danças e à ligação das festividades com o profano, mas também dar a conhecer o património do local, nomeadamente o Mosteiro de São João d’Arga, cuja data de fundação é imprecisa e varia consoante as fontes, mas cujas primeiras referências provêm de 1252 através do testemunho dos frades beneditinos que restauraram e ocuparam o edificado.

A Romaria de São João d’Arga realiza-se anualmente, desde há vários séculos, no Santuário de São João d’Arga, local onde se encontra a capela com o mesmo nome. Esta é conhecida, principalmente, pelas suas danças e cantares e pela beleza típica dos trajes coloridos das suas romeiras, característicos do Alto Minho. Nela encontramos a riqueza das danças como o Vira, a Rosinha, o Malhão, a Góta da Serra d’Arga, a Cana-verde, a Tirana, etc., num encontro espontâneo de grupos de tocadores de concertinas, cantadores e dançarinos aos quais se juntam os romeiros no adro da capela.

A romaria tem início no dia 28 de agosto de manhã com as celebrações religiosas. Às 10 horas entra a banda de música no recinto, seguindo-se a eucaristia e sermão. À tarde a procissão segue na frente o guião, ladeado por lanternas, as irmandades e respetivos pendões e os dois andores com fitas de seda e grinaldas. Primeiro o de Santo Aginha e depois o de São João Batista. Seguem-se os penitentes, os “amortalhados”, o pálio, as duas bandas e o povo. Na noite de 28 para 29, assiste-se ao despique das bandas de música que, energicamente, tocam com alegria e euforia, interagindo com os romeiros que as acompanham cantando os mais diversos estilos musicais.

A Câmara Municipal de Caminha avançou também com a candidatura da Festa de Nossa Senhora da Bonança, em Vila Praia de Âncora, na categoria festas e feiras. Celebrada desde finais do século XIX, a Festa de Nossa Senhora da Bonança afirmou-se, desde logo, no Vale do Âncora e no Alto Minho, como uma das festividades mais caraterísticas da região, não só pela devoção à padroeira dos pescadores, mas também pelo seu vasto programa, que atrai muitas outras pessoas do concelho e da região, que aqui acorrem para celebrar e festejar os momentos religiosos, culturais e de diversão.

Realiza-se anualmente no segundo fim de semana de setembro com um forte cartaz cultural, onde não falta a presença dos melhores grupos de música variada, bandas filarmónicas, dança, folclore, cortejo etnográfico, procissões de profunda religiosidade por mar e por terra, fogo-de-artifício, divertimentos populares para crianças e adultos, boa comida e bom vinho! O ponto alto da festa é a imponente procissão ao mar, que se realiza sempre à quinta-feira, com a participação de dezenas de embarcações engalanadas, que se vestem a rigor na melhor tradição folclórica do Alto Minho.

O Município ainda candidatou com sucesso a Góta da Serra d’Arga na categoria de Música e Danças. A Góta da Serra D`Arga pertence a um grupo particular e reduzido de danças populares ancestrais. Sabemos que é secular, e que sofreu ao longo das gerações alguma evolução técnica, quer na coreografia, quer no posicionamento e marcação dos dançarinos, mantendo a exclusividade da sua execução. A Góta da Serra D`Arga é entendida como uma representação cénica, cantada, bailada, e acompanhada de vários instrumentos musicais tradicionais, a concertina, o bombo, as pandeiretas e castanholas, que lhe dão a força instrumental ritmada. Esta baila-se nos momentos que marcam as principais festividades cíclicas: nos trabalhos do campo, desfolhadas, malhadas, descidas de mato e nas festas religiosas.

A Junta de Freguesia de Riba de Âncora apresentou e viu aceite o Ramo de Andor, na categoria de Artesanato. O Ramo de Andor, chamado incorretamente palmito, é um arranjo floral considerado uma das mais belas criações do artesanato vianês. Em Riba de Âncora, a família Sales maximiza esta bendita arte. Na realidade estes andores são obra máxima da mais sensibilizante criação popular.

De acordo com o regulamento das 7 Maravilhas da Cultura Popular, os quatro projetos do concelho de Caminha passaram para a 2ª fase do concurso, onde foram selecionados 21 patrimónios candidatos por Distrito ou Região Autónoma.

Na próxima fase serão seleccionados 7 patrimónios finalistas em cada um dos distritos do país e regiões autónomas. Só depois haverá votação pública de candidaturas, processo que será acompanhado pela RTP como tem vindo a acontecer nos últimos anos