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- Arte na Leira, “Mordomas”, polo da Bienal e exposição de arqueologia patentes no concelho e de acesso livre
Arte na Leira, “Mordomas”, polo da Bienal e exposição de arqueologia patentes no concelho e de acesso livre
Subir a Serra d’Arga ou ficar pelo Centro Histórico da Vila de Caminha, por estes dias, é também sinónimo de aceder a exposições e instalações de excelência, que poderão ser bem uma alternativa para um verão agora mais sisudo. Começar por Arga de Baixo, e concretamente pela Casa do Marco, é provavelmente o primeiro ponto de um itinerário que se recomenda vivamente. Isto porque a Arte na Leira, na sua 23ª edição, já só está patente até 21 de agosto. O Museu Municipal de Caminha tem mesmo de ser visitado mais do que uma vez, isto se se pretender demorar um pouco mais em cada uma das exposições e na instalação que ali se encontram, porque são três as propostas. Em qualquer dos casos, o acesso é gratuito.
A Arte na Leira abriu portas a 23 julho e fica, como referimos, até 21 de agosto. É a 23ª edição, com organização do artista plástico Mário Rocha e apoio da Câmara Municipal de Caminha. O local é a Casa do Marco, na freguesia de Arga de Baixo e o ambiente é o do costume: reina a informalidade, num lugar em que a arte moderna tem como cenário a natureza da serra e o aconchego de uma casa genuína, como eram as casas e as suas leiras há muitos anos.
A invasão da Ucrânia é um dos temas presentes este ano e logo à entrada da Casa do Marco, a obra “O Fracasso da Gravata” dá as boas vindas aos visitantes e convida a uma reflexão. O painel, de grandes dimensões, é composto por seis partes, inspiradas por imagens que o pintor Mário Rocha foi captando desde que a invasão russa do território ucraniano começou, a 24 de fevereiro. Conforme refere Mário Rocha, “O fracasso da gravata” será suscetível de múltiplas interpretações, quase tantas quantas as pessoas que vão ter oportunidade de a ver, mas para o artista é praticamente um grito de revolta pelo que as “pessoas engravatadas”, os burocratas, fizeram, ou melhor, não fizeram ou deixaram que outros fizessem.
Mas há muito mais para ver na Casa do Marco, que juntou cerca de duas dezenas os artistas convidados este ano, incluindo dois espanhóis, um holandês e uma alemã. Como é também habitual, a pintura é a presença mais forte, mas há um reforço da escultura, com mais peças do que é costume.
No Museu Municipal de Caminha há três propostas. Uma delas é o polo descentralizado da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira. A exposição pode ser visitada até 11 de setembro. O tema é o da própria Bienal, “We must take action / Devemos agir” e através dele “pretende-se refletir sobre questões urgentes como o ambiente e a sustentabilidade, um desafio que lançamos à comunidade artística e ao público em geral”, diz a organização.
Os artistas representados em Caminha são Elsa César, Graça Martins, Henrique do Vale, José Emídio, Júlia Pintão, Margarida Santos, Maria Melo, Rafael Ibarra, Rui Aguiar, Serafim Sousa e Manuela Bronze.
Até 30 setembro está também patente “Mordomas”, de Cristina Rodrigues. Trata-se de um documentário e instalação de Arte Contemporânea sobre as danças populares e rituais de Caminha, Badajoz e Huelva, no âmbito do Projeto PA2. Touring Cultural – Identidade Cultural do Minho – Apoio ao Processo de Valorização dos Caminhos de Peregrinação. É uma parceria com a Acción Cultural Española.
Estão expostas dezasseis esculturas de grande dimensão e pode ser visto um documentário sobre as danças rituais em territórios dos Caminhos de Santiago. “Mordomas”, da autoria da artista portuense Cristina Rodrigues, abriu a 11 de junho e é também uma homenagem aos bailarinos portugueses e espanhóis de algumas localidades do Caminho de Santiago. Apoiada e dinamizada pelo Município de Caminha, “Mordomas” tem curadoria de Mateo Feijóo, diretor artístico espanhol nascido no Gerês em 1968.
Quanto ao documentário, que reúne elementos de vários grupos etnográficos do território de Caminha, conta as histórias de várias gerações de bailarinos, tendo sido gravado no Valadares Teatro Municipal e no Cineteatro dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora. Participam os grupos caminhenses Etnográfico de Vila Praia de Âncora, Academia de Dança e Música Tradicional de Caminha e Vilarelho, Rancho Folclórico das Lavradeiras de Orbacém, Rancho Folclórico das Lavradeiras de Gondar, Cantares Tradicionais da Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense e Grupo de Danças e Cantares Genuínos da Serra D'Arga.
A instalação ficará patente no Museu Municipal de Caminha até 30 de setembro, como referimos, mas pode-se “espreitar” o projeto online, no sítio na Internet: https://mordomas.com/
No Museu Municipal de Caminha está ainda patente a exposição “Arqueologia do Concelho de Caminha”.